segunda-feira, 18 de junho de 2007

Maria Medíocre


Críticas e lamentação
Vida vivida em vão
No tédio de sua vida
faz-se de seus problemas sua emoção
Sente-se no direito de interferir na vida alheia
e coloca-se como vítima da situação
ao invés de fazer de sua vida produtiva, cria perturbação
Destruidora de harmonia se sente na soberania
Sempre chorando achando que será a protagonista,
enquanto está cega em seu papel de antagonista
A verdade a fere, mas se nega a ver sua falsa condição
a hipocrisia cerca sua mente
É uma fracassada iludida ser valente
Para os outros é alegria, mas para os próximos se transforma em dor
Sua visão é tão limitada, que não se permite corrigir, acha que falarem a verdade é falta de amor
Querem seu bem, mas é ambiciosa e sua vida é puro interesse
Não acredita em dar sem receber, acredita que receber é estar em vantagem, enquanto não sabe a grandeza de compartilhar, valores acima de sua futilidade
Desperdiça sua energia com eu sofrimento fictício
Finge sofrer, e se nega a ver seu individualismo
Suas inúmeras críticas são cobertas por inveja
Se nega a elogiar, pois acha que redimindo os outros haverá seu crescimento
Não imagina quão absurdo é seu pensamento
Egoísta, inútil e imutável
Cria seu próprio inferno e para os outros sua falsa vida é admirável
Pseudo sofredora, pseudo lutadora, use suas críticas como base , ter personalidade não é ignorar as palavras dos que a amam, é reconhecer defeitos e assumi-los, e os mais sábios tentarão melhorá-los
não é criar problemas, é solucioná-los
Ser valente não se é pelo número de problemas que se tem ou sua intensidade,
é saber resolvê-los e proporcionar a felicidade
Ser agradável é uma virtude, é saber fazer as coisas se tornarem positivas, com que sua presença seja positivamente insubstituível,
não é querer apenas receber
não são elogios que a farão melhor, são suas atitudes e conquistas
Conviver ou acomodar-se com um problema é mais fácil do que solucioná-lo
Criticar é mais fácil do que elogiar
Os fortes fazem a diferença, os fracos são medíocres
Os sábios fazem de uma vida pequena uma grande vida, os medíocres são indignos da vida que recebem, pois fazem de uma grande vida pequena
O ser medíocre é indiferente, é inexistente, é normal e ao mesmo tempo ilúcido e irracional

(Paula Meireles)

domingo, 10 de junho de 2007

Até quando vale a amizade

outra tentativa frustrada de as mesmas decepções alterar
chega de tentar
só quando a própria pessoa quiser as coisas irão mudar
nessa hora se encaixa perfeitamente o ditado que diz que a esperança é a última a morrer
vão-se embora as forças, a vontade, a paciência, todas coisas boas se apagam, as ruins prevalessem e esperança ainda está a viver
está sendo difícil manté-la viva, acreditar está lutando há tempos por algo que não mereça
e o medo de que acreditei em um erro transpareça
ou será que meu erro foi acomodar a idéia de que sempre correria atrás
já não sei mais
não sei quem errou, já não sei se algo posso fazer, já tentei de tudo, a esperança já está para morrer
talvez a pessoa dará valor quando perder, e correrá atrás, mas aí não sei se irei querer tentar mais
se isso acontecer, pode ser que haja uma mudança, pode ser que não e será mais uma frustração
não sei se nasce com a pessoa a vontade de acertar, não sei se sente feliz em errar
não sei o que leva alguém a não valorizar
dizer que considera muito e agir para que se perca
saber que está errada, não querer perder e irritar com seu orgulho transformado em arrogância
não suporto mais tanta contradição, já não há mais tolerância
para ser amigo não basta considerar, tem que lutar
não estamos lidando com conceitos, temos corações
não precisamos só de palavras, mas também de demonstrações
quando não há mudanças, a mudança deve partir de si
quando a perda é irrecuperável já não dá mais para agir
aproveite enquanto há tempo para as coisas recuperar, pode ser que acabe a chance de tentar
e então será tarde demais, não adianta sofrer porque o tempo não volta atrás
para quem tentou será mais uma decepção, mas para quem deixou ir embora, será mais que uma perda, mais que um erro, mais que um peso na consciência, será uma eterna marca de benevolência
mas depende de cada um, alguns colocam a amizade acima, outros valorizam mais seu orgulho e a perdem, a cada escolha se renuncia algo, basta saber o que se valoriza mais para não renunciar, não se sabe se outra oportunidade terá

(Paula Meireles)

domingo, 3 de junho de 2007

A riqueza da simplicidade


Pedro estava olhando para janela escura de seu carro blindado a qual nunca notava
E viu de longe uma mendiga feliz na rua que entrava
Imediatamente pediu ao motorista que parasse, saltou de seu carro com medo da área que parecia perigosa
e invejou a mendiga que estava toda prosa
Ana: Pedro, o que fez você não me ignorar?
Pedro: como sabe meu nome, mendiga? vai me assaltar?
Ana: todos sabem seu nome nessa cidade, você é importante na mídia, mas isso não lhe dá o direito de me insultar
Pedro: uma mendiga falando de direitos, olha o estado que mundo está
Ana: disso entendo mais que você, estava como todos os dias de chuva na minha, por quê desceu do carro para me humilhar?
Pedro: porque me chamou atenção sua falsidade em sorrir com com sua vida medíocre, sem teto para em um dia de chuva se abrigar
Ana: não se engane, Pedro, tenho algo que você procura em si, mas nem com toda sua riqueza consegui sentir
Pedro: Não há nada que você possa ter que eu não tenha sua mendiga arrogante
Ana: cuidado com suas palavras, até agora tenho sido bastante tolerante
Pedro: você não me põe nem um pouco de medo
Ana: você sabe que está errado, Pedro
Sabes que contra sua força física nada posso, mas tem medo do que eu possa vir a falar
Cada vez fica mais claro o porque me procurou, suas palavras mostram suas ausências e tudo que passou
Pedro: qual seu nome?
Ana: Ana... não é em mim que irá achar o que procura, é em você
Pedro: Pareces tão maluca, mas é coerente as palavras que saiem de você
me ajuda, me faz me sentir assim, me diga porque
Ana: não há explicação, para alguns a chuva é um grande problema, para outros ela é uma benção para limpar a alma, para alguns o mar é menos um pedaço de chão, para outros ele é uma água sagrada, para alguns o céu é o indicador do entardecer, para outros ele é a prova da grandeza de viver, olhe para o movimento das nuvens, não há nada que você possa fazer que irá mudar e nem mesmo a ciência conseguirá sua beleza explicar, o vento, um sorriso, uma criança, um animal, a natureza, as folhas se movimentando, um toque, a música, o sentimento, uma pessoa, um olhar, um cheiro, uma família, uma bola de ar, as luzes, o cheiro de grama, o sino a tocar, coisas da infância, tudo isso me faz pensar
tenho vontade de explodir todos os dias de felicidade por tudo isso poder sentir, não é o fato deu ser mendiga que me vai me diminuir
Pedro, feche os olhos e imagine que tudo fosse desaparecer, o que iria querer?
Pedro: iria querer voltar ao sítio do meu avô, aproveitar cada momento com meu pai observando o vento levar a pipa, o cheiro de terra após a chuva, o banho no rio, almoço em família, com minha vó falando de muito tempo atrás e minha mãe me cobrindo, jogar bola com meus amigos, construir uma casa na árvore, comer o bolo da minha tia
Enquanto Pedro abre os olhos lentamente, Ana enfia nele um metal
Pedro pode reviver todos esses momentos antes de morrer como se durasse uma eternidade,
enquanto tudo passa a ficar escuro em sua mente, agarram Ana e a chamam de delinquente
Ana morre linxada em seguida, passando em sua cabeça todas as imagens com seus filhos que mesmo sem brinquedos eram felizes ao verem a lua, ao sentirem o vento, a pularem no mar, em semelhantes momentos, mas que ficaram doentes e sem para onde recorrer Ana foi a casa de Pedro como muitos outros pedir ajudar para sobreviver, Pedro nem a olhou e negou ajudar em sua necessidade sem ter idéia de que estava tirando muito de felicidade
mesmo após ver seus filhos morrerem em seus braços em uma morte lenta e dolorida, ela ainda conseguia ser feliz ao ver esses momentos, mas em um momento de raiva agiu sem pensar, houve um arrependimento antes de morrer, mas agora não há nada que possa fazer
um ato leva à outro, pequenos atos deixam grandes marcas, sejam positivas ou negativas
A simplicidade da visão, faz dos que a vêem e a usam muitas vezes felizes, dos que complicam muitas vezes perdidos, a simplicidade nos atos mudam de uma forma imensa o futuro, muitas vezes a falta de simplicidade não nos deixa ver, agir e escutar e se perde algo que poderia ganhar

(Paula Meireles)