domingo, 30 de dezembro de 2007

Cárcere mental

As luzes se acendem, ele olha ao seu redor, não há pessoas
Como se tivessem arrancado um pedaço do seu cérebro, não há muitas memórias
Desconhece a razão pela qual ele acordou nesse local
Surge um ser e o pergunta porque ele se encontra com os pulsos algemados
Ele diz não lembrar a razão, porém que lembra de sempre o te-lo assim
O ser pergunta porque nunca se soltou e ele responde que seu objetivo sempre foi a procura pela chave
o ser diz que ele poderia te-las serrado, mas ele argumenta dizendo que o material das algemas não pode ser serrado
o ser então pergunta: você gosta de ser algemado?
ele: mas á claro que não, que pergunta mais óbvia, isso sempre me impossibilitou de levar uma vida feliz e normal, nunca consegui fazer o que realmente quero, fui abandonado por muitos, tantos não me aceitaram, perdi inúmeras possibilidades, emprego, sucesso, poderia ser o melhor em tantas coisas que nem cheguei perto
o ser: por quê você não se liberta? você sabe onde a chave sempre esteve... por quê vc tem medo de tirá-las? você não está enganando a mim, apenas à você
ele coloca a mão no bolso, pega a chave, e se liberta das algemas

(Paula Meireles)