Mas o que acho eu não gosto
No silêncio que disfarço
O que sinto sufocar
A angústia acorrentada
Que não posso liberar
Fecho as portas
E deixo o que quero passar
O medo me consome
E as palavras a entalar
O presente às vezes insuficiente para o amanhã
Quero vivê-lo para me achar
Mas mudar o meu futuro pode ser
Abrir mão do importante para viver
A confusão me domina e preciso organizar
Entre os extremos, calmaria e conturbação
Prevalece para algo a razão
Para o resto a efêmera emoção
E o que deveria ser contínuo e marcante
Fica escondido como insignificante
Melhor assim talvez...
Viver o efêmero
E com as ausências não sofrer
(Paula Meireles)